O ex-blog de Cesar Maia faz uma análise da eleições na América Latina e Europa, evidenciando o crescimento dos partidos de centro/centro-direita. Confira:
1. Na Europa, a cada semana novos resultados eleitorais vão mostrando que a Onda Azul (centro/centro-direita) se espalha e se torna hegemônica no continente. As exceções -Espanha e Portugal- enfrentam crises profundas e apontam para a mesma onda azul na sucessão. A da Espanha será ano que vem.
2. Na América do Sul as vitórias de Piñera no Chile e Santos na Colômbia reforçaram essa tendência e formam um expressivo vetor com Garcia no Peru. O desgaste de Chávez é crescente a ponto de querer intervir nas eleições parlamentares de 26 de setembro. A inflação de dois dígitos, a recessão, a crise energética e a criminalidade, reforçam esse quadro. Lugo, no Paraguai, está imobilizado e seus 'casos' lhe tiraram autoridade. Correa perdeu as iniciativas internas, engessado pela dolarização e a inércia. Morales foi derrotado em mais da metade das grandes cidades nas eleições de dois meses atrás.
3. Mujica foi uma exceção com sua vitória no Uruguai. Kirchner vai perdendo densidade, enfrentando problemas de energia e de uma inflação de fato de 20%. A eleição presidencial do ano que vem aponta para uma vitória da oposição no segundo turno, reforçando a Onda Azul. A derrota de Kirchner e a perda de maioria parlamentar um ano atrás, anteciparam essa tendência. A eleição de outubro no Brasil marcará sensivelmente essa tendência, pelo tamanho e importância do Brasil. Uma derrota do PT significará que a Onda Azul espalhou-se também pela América do Sul.
4. Na América Central e também do Norte, a tendência é a mesma. Nos EUA, a derrota de Obama e a perda de maioria na câmara de deputados na eleição de novembro vai sendo sinalizada pelas pesquisas. O México consolida a tendência ao centro/centro-direita com Calderón na presidência com alta popularidade apesar da violência dos cartéis de drogas. A alternativa a ele passou a ser o PRI, de centro/centro-direita e não mais o PRD, de esquerda.
5. Na América Central, Martinelli, no Panamá, abriu a Onda Azul, seguido por Pepe Lobo em Honduras. Em El Salvador a esquerda venceu, mas o bom senso do presidente Fulnes mitigou essa vitória. Na Nicarágua, Ortega e seus sandinistas tentam todo tipo de golpe formal para se manter no poder. Sua impopularidade é crescente e, não havendo golpe, sua derrota ano que vem será inevitável. Incluindo a caribenha República Dominicana, a Onda Azul se reforça com o sucesso econômico da administração de Leonel Fernandez.
6. Esse é um processo conhecido, onde as Ondas políticas e econômicas europeias chegam com atraso na América Latina, mas em geral chegam. É o que está ocorrendo.
7. Este Ex-Blog -que sempre acompanhou a dinâmica política latino-americana- manterá esta linha, analisando e informando sobre os processos eleitorais latino-americanos e a dinâmica dessa Onda Azul.
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