quinta-feira, 15 de abril de 2010

Desconstruindo Dilma 5

Esta, do site do Augusto Nunes, sobre Dilma, em Fortaleza


O relato da segunda perseguição movida por Celso Arnaldo à twitteira Dilma Rousseff adverte: depois do presidente que nunca leu um livro, o Brasil é ameaçado por uma candidata que finge ter lido. Confira:

Deu no twitter da Dilma, que está no Ceará:

“Me comovi com o Quinze de Raquel de Queiroz. Meu primeiro contato c/ dura realidade da seca e impulso p/ lutar contra a desigualdade


A comoção de Dilma com a leitura de o Quinze de Raquel de Queiroz, não ─ como deveria ser ─ com O Quinze de Rachel de Queiroz, talvez explique a frase com que ela começou seu discurso na Câmara Municipal de Fortaleza, onde ontem recebeu o título de cidadã fortalezense. Uma frase da mesma estirpe dos grandes escritores cearenses, como José de Alencar e a própria Rachel:

“O Brasil sempre olhou o Nordeste com olhos brasileiros. É chegada a hora do Nordeste olhar pro Brasil com olhares nordestinos”.

A plateia petralhense presente à Câmara Municipal aplaude freneticamente mais esse non sense de Dilma ─ como se ouve no vídeo aqui sugerido. Depois disso, sem esconder a satisfação pelo efeito da afirmação estúpida, enaltece o maior presidente do mundo em todos os tempos ─ o homem que acabou com a seca, com a miséria, a injustiça, a desigualdade social.

Mas o espectro do vaqueiro Chico Bento, que cruza o sertão com mulher e cinco filhos no plano mais importante de O Quinze, lançou seu olhar nordestino para esse Brasil de Lula/Dilma, sem conseguir atravessar o deserto sem vida e sem nexo do pensamento daquela mulher esquisita, que diz ter tido contato com a dura realidade da seca lendo um livro que nunca leu.

Contato com essa dura realidade teve o menino Josias, filho caçula de Chico Bento, que, entorpecido de fome, come mandioca crua e agoniza envenenado ─ dando origem a uma das mais belas passagens de O Quinze:

“Lá se tinha ficado o Josias, na sua cova à beira da estrada, com uma cruz de dois paus amarrados, feita pelo pai. Ficou em paz. Não tinha mais que chorar de fome, estrada afora. Não tinha mais alguns anos de miséria à frente da vida, para cair depois no mesmo buraco, à sombra da mesma cruz”.

A agora twitteira Dilma, que gosta de apregoar os livros que não leu, para exibir conhecimento ou sensibilidade, deve saber ─ mas finge que não sabe ─ que no Brasil idealizado de Lula ainda existem muitos Josias.

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