Quem esclarece é Reinaldo Azevedo. Leia
Marcelo Branco, o coordenador da campanha do PT na Internet, sob as ordens duzamericânu, mobilizou os seus “camaradas” na rede para espalhar a tese conspiratória de que o jingle de comemoração dos 45 anos da Globo traz uma mensagem subliminar de apoio à candidatura do tucano José Serra. Segundo diz, “eu [ele] e toda a rede” acham isso. Branco é aquele senhor cabeludo de uns 50 (e poucos) que se veste como se tivesse 15 para ver se disfarça numa juventude inexistente a sua larguíssima experiência em assuntos que remetem a um Brasil podre de velho.
Antes que eu lembre quem é Branco — vocês vão se surpreender que a questão tenha sido até agora omitida na grande imprensa —, observo que estamos diante de um método clássico do petismo, também ele muito velho. Algumas considerações:
1 - Nada serve tanto para enganar trouxas quanto lançar teorias conspiratórias. Por quê? Porque elas se alimentam da ausência de provas, não de uma fartura delas;
2 - O PT acusa sistematicamente os veículos de comunicação de apoiarem seus adversários. A aposta é que eles se esforcem para provar o contrário, dando, então, oportunidades especiais ao PT. A tática tende a funcionar porque os petistas, como é óbvio e sabido, estão infiltrados na grande imprensa. A pressão “vem de fora”, e eles a “repercutem” internamente;
3 - No caso, o objetivo é fazer a Globo mudar a campanha. Se ela o fizer, ficaria, então, comprovada a campanha subliminar, e a emissora passaria a ser devedora do PT.
De volta a Branco
BRANCO SABE MUITO BEM O QUE FAZ PORQUE ELE JÁ SABE O QUE FEZ. Esse coroa em roupas juvenis parece ter baixado do nada na campanha do PT: dele se falou que era representante da Associação Software Livre e coordenador da Campus Party no Brasil. Só isso? Não! Branco era e é muito mais. Lembram-se daquela escandalosa valorização de ações da Telebras? Eu refresco a memória de vocês com trechos de uma reportagem de Marcio Aith e Julio Wiziack, na Folha do dia 18 de fevereiro. Leiam com atenção:
Declarações sem confirmação oficial e rumores sobre a criação de uma estatal para vender serviços de acesso à banda larga inflaram em 35.000% as ações da Telebrás desde 2003, sem que, no período, nada tenha acontecido. A valorização se baseou na suposição, até hoje não transformada em realidade, de que a Telebrás será reativada na implantação do PNBL (Plano Nacional de Banda Larga) - um projeto do governo para levar o acesso à internet a 68% dos domicílios brasileiros até 2014.
A Folha apurou que a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) faz, desde 2008, uma ampla investigação sobre o assunto, por meio de uma equipe que inclui não só fiscais do órgão como procuradores. Em dezembro de 2002, o lote de mil ações ordinárias da Telebrás valia R$ 0,01. No dia 8 de fevereiro passado, ela foi negociada a R$ 2,95 (variação nominal de 29.000% ou de 35.000% -considerando dividendos e juros sobre o capital próprio, segundo a Economática).
(…)
o valor de mercado das ações ordinárias da companhia saltou de R$ 3,4 milhões (custo do camarote expresso 2222, no Carnaval de Salvador) para R$ 2,6 bilhões (…)
E Branco com isso?
Ele aparece aqui:
Dois episódios retratam a forma como os papéis da empresa se valorizaram. No último dia 2, o representante da Associação Software Livre, Marcelo Branco, usou o Twitter para divulgar, em tempo real, um encontro fechado entre o presidente Lula e entidades da sociedade civil interessadas no assunto. Dizendo-se autorizado pelo Planalto a usar um telefone no encontro, Branco relatou, citando palavras do próprio presidente Lula, nunca desmentidas pelo palácio, que a Telebrás seria, sim, reativada, na esteira do PNBL. Credita-se às “tuitadas” de Branco uma valorização de 33% em apenas dois dias.
Voltei
Entenderam quem é Marcelo Branco? Viram como ele não se tornou o “coordenador da campanha de Dilma na Internet”, prestando serviços como esse que vemos, por acaso? Como se diz em Goiás, de “bobo, esse cara só tem o andado”. Mas ainda falta lembrar mais uma coisinha. Ao investigar o assunto, os repórteres descobriram um pouco mais:
O ex-ministro José Dirceu recebeu pelo menos R$ 620 mil do principal grupo empresarial privado que será beneficiado caso a Telebrás seja reativada, como promete o governo.
O dinheiro foi pago entre 2007 e 2009 por Nelson dos Santos, dono da Star Overseas Ventures, companhia sediada nas Ilhas Virgens Britânicas, paraíso fiscal no Caribe. Dirceu não quis comentar, e Santos declarou que o dinheiro pago não foi para “lobby”.
Tanto a trajetória da Star Overseas quanto a decisão de Santos de contratar Dirceu, deputado cassado e réu no processo que investiga o mensalão, expõem a atuação de uma rede de interesses privados junto ao governo paralelamente ao discurso oficial do fortalecimento estatal do setor.
Vai ver a TV Globo deveria comemorar os seus 45 anos só no ano que vem, para não melindrar o PT…
Como se nota acima, é natural que, com essa biografia, Marcelo Branco passe a acusar os outros de conspiração.
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