Leia a matéria do Estadão e, abaixo, o comentário de Reinaldo Azevedo
Por Luciana Alvarez e Marcela Spinosa.
Em uma assembleia esvaziada, marcada por tumulto e bate-bocas, professores da rede estadual de São Paulo decidiram ontem suspender a greve da categoria, iniciada no dia 8 de março. Os professores não tiveram nenhuma de suas reivindicações atendidas pelo governo. A paralisação termina uma semana depois de José Serra (PSDB) ter deixado o cargo de governador para concorrer à Presidência.
Segundo a Secretaria de Estado a Educação, a greve não chegou a afetar nem 1% da rede. Em nota divulgada, ontem, a pasta chamou o movimento de “tentativa de greve” e reafirmou que não aceita mudar programas criticados pelos sindicatos. Para o sindicato, mais de 60% da categoria chegou a aderir à paralisação, mas nesta semana começou a haver um “refluxo”, com docentes voltando às salas de aula.
O movimento foi acusado de ter sido organizado para interferir no âmbito eleitoral. Após a manifestação realizada próxima ao Palácio do Governo, o PSDB entrou com representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo (Apeoesp) e sua presidente, Maria Izabel Noronha. No documento, o partido alegou que o ato teve conotação eleitoral e que recursos sindicais podem ter sido usados para campanha antecipada.
Em nota, a Apeoesp diz que “a intolerância do governo em não negociar acabou desanimando a categoria”. Também foram citados motivos financeiros. “Os professores não conseguem ficar mais de um mês parados por questões financeiras”, afirmou Maria Izabel. Os docentes em greve tiveram o ponto cortado e não recebem pelos dias que não foram trabalhar.
Juntos, a Apeoesp, o Centro do Professorado Paulista (CPP) e o sindicato que reúne os diretores e coordenadores de escolas (Udemo) pediam reajuste salarial de 34%, o fim da prova de promoção por mérito e da prova para os professores temporários. Líderes das associações foram recebidos na quarta-feira pelo secretário da Educação, Paulo Renato de Souza, mas não houve nenhuma oferta por parte do governo.
Divisão. A assembleia de ontem reuniu na Avenida Paulista um número menor do que as anteriores. Segundo estimativa da Polícia Militar, mil pessoas participaram do ato, que bloqueou por duas horas o tráfego no sentido Consolação da avenida. Na passeata de três semanas atrás, a PM estimou que os manifestantes eram 12 mil. Então, os professores aprovaram por unanimidade a manutenção da paralisação.
Desta vez, os professores se mostraram divididos. Apesar de a maioria ter votado pela suspensão da greve, um grupo de dissidentes, apoiado por um carro de som improvisado, vaiou os dirigentes sindicais que defenderam a suspensão da greve.
Houve empurra-empurra e, ao fim da votação, foram jogados ovos contra a presidente da Apeoesp. Quando os dirigentes sindicais tentavam deixar o carro de som, um grupo de dissidentes cercou a saída e foram lançadas duas bombas caseiras de baixo impacto. Ninguém se feriu.
A presidente da Apeoesp foi vaiada em vários momentos, como quando afirmou que “a greve já é gloriosa”. Ela também disse que, apesar de não ter havido negociações, os professores “venceram politicamente”. Aqui
E Bebel levou o que mereceia... ovos!!!
Por Reinaldo Azevedo
Pois é… Quando Bebel mobilizou seus tontons-maCUTs para perseguir o então governador José Serra em inaugurações, um deles jogo um ovo contra o veículo em que ia o tucano. Deu-se grande destaque na imprensa a este movimento cívico… Agora é Bebel quem tem de enfrentar não uma ovo, mas uma chuva deles.
A greve, que nunca existiu, termina de forma melancólica. A categoria conta com 220 mil profissionais na ativa — havia no máximo mil pessoas na assembléia… Vai saber quantos eram professores de verdade… O impacto da paralisação foi mínimo. Até porque, todos os dias, 12 mil professores faltam ao trabalho — 5,5% do total. Isso porque uma das leis com as quais o sindicato queria acabar coíbe justamente o absenteísmo!
Bebel não levou nada, além do ridículo.
- o plano de carreira continua;
- a promoção salarial por mérito continua;
- o bônus continua;
- a escola para formação de professores continua;
- o material didático para a orientação das aulas continua.
Por incrível que pareça, eles queriam dar fim a tudo isso.
Os queimadores de livros perderam, e a educação de São Paulo ganhou. Suponho que Bebel se encantou com seu momento de fama e com o tratamento de celebridade que lhe dispensaram. Não percebeu que ela era a principal inimiga do movimento.
Prometeu quebrar a espinha do governo. Tentaram foi quebrar ovos no seu cocuruto. Acertadamente, o governo de São Paulo decidiu que não paga os dias parados. Quem quiser salário vai ter de repor as aulas que deixaram de ser dadas. Para os alunos, já é transtorno o suficiente.
Ontem, no encontro do PC do B, Dilma voltou a dar apoio ao movimento. Usando, assim, as metáforas ao governo lulista (e bebelista), a ideologia da perna peluda perdeu. Venceu a civilidade.
Os poucos professores que caíram na conversa tiveram uma lição de história: quando o sindicato cede às necessidades de um partido, quem perde é o trabalhador. É simples e elementar.
sexta-feira, 9 de abril de 2010
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Concordo pelnamente com a sua fala companheiro. "QUANDO UM SINDICATO (COMO OS FILIADOS A CUT, QUE SÃO PELEGOS E ACEITAM DINHEIRO DOS GOVERNANTES IPERIALISTAS, DE PLATAFORMAS COMO PT E O PSDB ) CEDE ÁS NECESSIDADE DE UM PARTIDO QUEM PERDE É O TRABALHADOR. É SIMPLES E ELEMENTAR. ALIAS com nosso atual sistemas economico o trabalhador sempre perde o trabalhador é sempre humilhado.
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