quarta-feira, 28 de abril de 2010

Dilma Bengell continua rendendo... críticas

Artigo Ruy Castro, na Folha desta quarta, replicado pelo Polibio Braga e aqui

Penetra na passeata
RIO DE JANEIRO - Há dois anos, quando o fotógrafo Evandro Teixeira lançou seu livro "Destinos - 1968-2008", de fotos da Passeata dos Cem Mil, no Rio, contra a ditadura, uma diversão dos veteranos daquele tempo foi a de se procurar em meio à massa humana nas lentes de Evandro.Não era impossível à pessoa se achar.

Bastava se lembrar de perto de qual faixa ou grupo (artistas, intelectuais, padres, bancários, estudantes) havia marchado na passeata e, com sorte, se localizaria de jeans, camisa da Marinha, minissaia xadrez ou terninho da Ducal na superampliação dramaticamente granulada, quase "flou". Só uma coisa era obrigatória para sair na foto: ter estado lá.Naquela tarde de 26 de junho de 1968, a jovem Dilma Rousseff estava em Belo Horizonte, em alguma assembleia estudantil ou, quem sabe, confiscando rolhas num armazém para atirar sob as patas dos cavalos da PM numa manifestação "para valer" -não num passeio consentido e sem risco pela avenida, como o chamou na época a esquerda mais cascuda, de que ela fazia parte.

Ou seja, Dilma não estava na Passeata dos Cem Mil, nem de mãos dadas com as atrizes Tonia Carrero, Eva Wilma, Odette Lara e Ruth Escobar, como seu site oficial insinuou ao intercalar um close de Norma Bengell na passeata entre duas fotos da candidata -tudo isso sob o título "Minha Vida". Como se a mulher de cabelo curtinho e rosto decidido fosse Dilma.Bem, não era. Era Norma Bengell, de mãos dadas com as colegas e com suas pernas longas e douradas saindo do vestido também curto, como mostra a foto completa. O

site de Dilma quis ser mais esperto que o gato e, ao se ver pego na mentira, tentou passar a bola para quem "interpretou a montagem equivocadamente". Mas não há equívoco. Há ignorância ou má-fé. Talvez ambas.

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