Medida, que tem caráter liminar, foi tomada pelo corregedor regional eleitoral em resposta a pedido do PSDB
Depois de tirar do ar as inserções do PT protagonizadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, a Justiça Eleitoral de São Paulo ordenou nesta terça-feira, 16, que o partido parasse de veicular também filmes estrelados pelo senador Aloizio Mercadante (PT-SP).
Autor das representações, o PSDB alega que as inserções configuram propaganda eleitoral antecipada. A medida tem caráter liminar e foi tomada pelo corregedor regional eleitoral de São Paulo, desembargador Alceu Penteado Navarro. No início desta noite, a direção estadual do PT foi notificada da decisão.
No filme, que foi transmitido na segunda-feira, 15, Mercadante faz uma série de elogios ao governo Lula. Em seguida, volta o discurso para esfera estadual: "Você não acha que depois de tanto tempo já é hora de São Paulo dar ao PT a chance de governar todos os paulistas?"
As inserções do PT começaram a ser veiculadas no fim da semana passada. No primeiro filme, cuja veiculação foi proibida na segunda pela Justiça Eleitoral, Lula procurava aproximar Dilma do eleitorado paulista, ao dizer que ela tem "a cara e a alma de São Paulo". Diante da restrição, o PT avisou que levaria ao ar a gravação com Mercadante, cuja transmissão já estava prevista.
"É péssimo ver que a oposição escolheu o caminho do Judiciário para fazer o debate eleitoral", queixou-se o presidente estadual do PT, Edinho Silva. As próximas entradas serão preenchidas por um vídeo estrelado pela ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy, que também já estava pronto.
Ao proibir a transmissão do filme que mostra Lula e Dilma, a Justiça Eleitoral atendeu a um pedido do PMDB, reforçado também pelo PSDB. O corregedor eleitoral Alceu Penteado Navarro entendeu que o vídeo contraria a lei que rege a propaganda partidária, na qual é vedada a promoção de candidatos a cargos eletivos.
Mercadante vem sendo anunciado por petistas como o novo candidato escolhido pelo partido para disputar o governo de São Paulo, diante dos sinais dados pelo deputado Ciro Gomes (PSB) de que não tem interesse na vaga. O senador tem liderado conversas sobre a candidatura nos bastidores, mas até agora não se posicionou publicamente sobre o assunto. Caso o novo plano do PT seja oficializado, a expectativa é a de que Marta Suplicy seja lançada candidata ao Senado.
Do site do estadão
terça-feira, 16 de março de 2010
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