Ela é o avesso de nossas aspirações; a antítese daquilo que gostaríamos de espelhar
Ao ungir a Ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, candidata do PT à sua sucessão, Luis Inácio Lula da Silva certamente pensou em acrescentar mais um vistoso feito à lista de seu bordão “nunca antes neste país”. Mulher na presidência da República do Brasil é algo inédito.
Talvez Lula também tenha contabilizado uma vantagem numérica pelo fato de as mulheres serem maioria do eleitorado. Segundo dados do TSE, elas responderam por 51,8% do total de cidadãos em condições de ir às urnas nas eleições municipais de 2008.
Faltou, porém, Lula combinar conosco, “as russas”, pois nós, mulheres, não votamos em Dilma Roussef. Ela é o avesso de nossas aspirações; a antítese daquilo que gostaríamos de espelhar.
Dilma se deixou manipular, e isso é imperdoável. Se havia nela alguma densidade de raciocínio, alguma firmeza de pensamento, algumas convicções sedimentadas, ou mesmo uma certa espontaneidade, ainda que expressa em chutes e grosserias, tudo isso se perdeu.
Dilma se deixou transformar em boneco de ventríloco. Seus óculos de fundo de garrafa, que lhe atribuíam uma certa severidade - bem-vinda no trato da coisa pública – desnudaram olhos vazios e inexpressivos.
O rosto marcado, sinal de experiência, quiçá de sabedoria, plastificou-se de tal forma que não deixa espaço à expressão de qualquer sentimento. Os verdadeiros, pelo menos. Tudo soa falso, ensaiado, teatral.
Sua entourage, composta de personal trainer, personal stylist, personal hair, personal speech e ghost writer retiraram-lhe o self. Dilma se deixou transformar em uma obra mal acabada, em que se apressa a execução, relegando os alicerces e exorbitando o verniz.
Dilma já não sabe quem é, nem o que fez. Seu passado está sendo tão reescrito, para se retirar o que seria mal interpretado pela população conservadora e antibelicista (e anticomunista, por certo), que as mentiras se tornaram verdades; as verdades, mentiras. Dilma sabe menos ainda, o que fará.
Definitivamente Dilma não nos representa, e dificilmente representará o país.
De uma brasileira, anônima.
sexta-feira, 5 de março de 2010
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hehehe
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