Noblat deu visibilidade a mais um artigo sobre o Itamaraty nas mãos de megalonanico. Vale a pena ler
PT tangencia temas que terão importância nos debates
Do blog de João Bosco Rabello
Como estratégia de campanha, compreende-se a reação evasiva do PT às acusações de ligação com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e de tolerância com o Movimento dos Sem Terra.
Mas vinculá-las a uma tentativa do adversário de atemorizar o eleitorado, para resgatar o bordão da esperança vencendo o medo, vitorioso na primeira eleição de Lula, é apenas uma forma conveniente de tangenciar o conteúdo da crítica.
A questão da ligação ideológica com as Farc se insere no capítulo da política externa de um governo à qual pertenceu a candidata Dilma Rousseff e do qual se apresenta como a continuidade. Nada mais natural que seja cobrada em questões afins a esse governo, até porque seu principal cabo eleitoral é o presidente da República.
O conflito renovado agora entre Colômbia e Venezuela, cujo pivô são as Farc, é a comprovação factual da oportunidade do tema no debate eleitoral. O Brasil se oferece como mediador desautorizado pela resistência em reconhecer a condição criminosa do movimento.
A maior inserção internacional do Brasil, durante o primeiro mandato de Lula, foi um capital diplomático desperdiçado pelos equívocos de uma política externa que não impôs uma liderança regional e acabou ridicularizada no contexto global, depois do fracassado acordo com o Irã.
Mas não somente. A recente abordagem do tema pelo historiador Jorge Castañeda, em visita ao Brasil, lista os insucessos dessa política externa. Diz ele:
“O Brasil tratou de obter um lugar permanente no Conselho de Segurança da ONU, não o obteve. Tratou de priorizar a Rodada Doha e não conseguiu nada. Tratou de ser um ator central para que se lograsse um acordo em Copenhague e não só não o alcançou como em parte foi responsável para que isso não acontecesse.
Tratou de se apresentar como protagonista num acordo nuclear com o Irã, mas sua mediação foi rechaçada pelo mundo inteiro, exceto pela Turquia e pelo próprio Irã. Mas creio que mais importante é o fato de que Lula se absteve de mediar ou resolver conflitos que estão mais perto do Brasil. E há tantos. Os de Uruguai e Argentina, de Colômbia e Venezuela, de Peru e Chile, de Colômbia e Nicarágua, de Chile e Bolívia e o de Equador e Peru.
Conflitos próximos abundam, e o Brasil não exerceu nenhuma liderança em nenhum desses casos. Tampouco se apresentou para ajudar em problemas internos de outros países da América Latina. Salvo parcialmente no caso da Bolívia, e isso o fez para defender os interesses da Petrobras. Suas aspirações de potência mundial fracassaram, e ele não mostrou interesse de atuar como legítima potência regional.
Lula faz um governo muito bom internamente, mas coleciona fracassos e erros no âmbito externo.
Tampouco se apresentou para ajudar em problemas internos de outros países da América Latina. Salvo parcialmente no caso da Bolívia, e isso o fez para defender os interesses da Petrobras.
Suas aspirações de potência mundial fracassaram, e ele não mostrou interesse de atuar como legítima potência regional. Lula faz um governo muito bom internamente, mas coleciona fracassos e erros no âmbito externo”.
Como se vê, o conteúdo das criticas do PSDB encontra sentido quando transposto para o contexto da política externa , da qual as Farc fazem parte. Num debate, tangenciá-lo não será estratégico como pode estar sendo nos discursos de campanha que se caracterizam pelo bate-boca através da mídia.
Da mesma forma, a tolerância do governo com os excessos do MST está refletida nas declarações do líder do movimento, João Pedro Stédile, de que num eventual governo Dilma, as invasões aumentarão. Serra tratou de explorar previsões de uma liderança do movimento que se declara aliado do governo.
De fato, as invasões diminuíram, mas se comparados os números do próprio período do governo Lula. Em relação ao governo anterior, aumentaram. São temas de importância concreta que o candidato do PSDB traz para o debate e que em nada desqualificam a campanha ou a tornam incivilizada, como reclama a candidata do PT/PMDB.
No esforço de desqualificar o mensageiro, no caso o PSDB, para fugir ao conteúdo, o PT está produzindo declarações que, estas, sim, contribuem para abaixar o nível da campanha. Quando reage chamando o candidato adversário de “troglodita” por trazer tais conteúdos para a campanha ou ao fazer trocadilho com o nome de seu vice, Índio da Costa, revelando um preconceito com a etnia indígena, como fez o presidente do PT, José Eduardo Dutra, ao classificar suas declarações como “coisa de índio”.
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Top, Top, Garcia e Serra...
ResponderExcluirLi nos jornais as seguintes declarações do ministro Marco Aurélio Garcia, sobre José Serra:
“...Serra correu em direção à direita mais atrasada e raivosa”; “Ele caminha para um fim melancólico”; “ A carreira dele terminará em três de outubro”; “Isso é complexo de vira-latas de setores que não estão acostumados com a visibilidade, a presença e a credibilidade do Brasil no exterior.
Calma, ministro! Vamos aos fatos:
1) Atrasados e raivosos são os personagens internacionais com que V. Sª. se relaciona no exterior, cujas mentalidades estão ainda no século XIX. Entre eles estão: Fidel e Raul Castro, Hugo Chávez, Ahmadinejah, Zelaya e uma série de ditadores mundo a fora, que o mundo civilizado abomina;
2) Para um fim melancólico iria o Brasil, caso a sua candidata ganhe as eleições e ponha em prática as propostas elaboradas por V. Sª, em parceria com ela e com os seus não menos atrasados companheiros: Paulo Vanucci, Tarso Genro e Franklin Martins. Aquelas propostas do tipo “controle da mídia”; incentivo e permissão para se invadir terras e o proprietário não poder acionar a justiça, mas tentar negociar com os invasores; descriminalização do aborto; rever a lei da anistia que pacificou o país, etc. Aquelas propostas que a sua candidata aprovou e registrou no STE, mas, depois se arrependeu e alegou que assinou sem ler.
3) Em três de outubro terminará a carreira de V. Sª, pois a sua candidata perderá as eleições e nenhum outro governante além desse governo, promoveria ao cargo de ministro (se bem que até hoje ninguém justificou a necessidade da sua pasta), alguém com tal perfil e mentalidade medieval;
4) Constrangido está o Brasil com as recentes vergonhas que este governo tem protagonizado por meio de V. Sª e do seu parceiro Celso Amorim, no âmbito internacional, como no caso de Honduras, onde deram guarida durante meses na embaixada brasileira, a um presidente que a Suprema Corte depusera por atentado à Constituição. Envergonhados estamos nós, com o seu presidente (seu porque não votei nele), dando gargalhadas junto com os irmãos Castro, enquanto um dissidente político, preso por discordar do regime, morria em greve de fome. Ele além de não interceder pelo preso político, ainda o comparou aos bandidos de São Paulo e do Rio de Janeiro.
5) A credibilidade a que V. Sª se refere talvez seja aquela que o Brasil ganhou ficando isolado no mundo ao lado de um terrorista como o presidente do Irã, que além de fraudar as eleições, perseguiu opositores, manda enforcar homossexuais, apedreja mulheres que adulterarem e quer a todo custo desenvolver armas nucleares, para entre outras atrocidades destruir o estado de Israel.
6) Constrangedor Sr. Ministro foi a cena protagonizada por V. Sª, quando brasileiros ainda choravam a perda de seus familiares e V. Sª soltou um “top, top, top”, que acabou sendo incorporado ao seu nome. Um profundo desrespeito com as vítimas do descaso desse governo com o setor aéreo e com a infra-estrutura no país.
José Serra Sr. Ministro é um dos políticos mais honrados desse país. Em todos os cargos que ocupou, alcançou o reconhecimento, inclusive da ONU, como o melhor ministro da saúde do mundo. Diferente de mim, ele é sim de esquerda, mas, uma esquerda civilizada. Não uma esquerda que assalta cofres, seqüestra embaixadores, pratica explosões e mata pessoas. José Serra nunca sujou as mãos de sangue. Quando lhe negaram os direitos políticos no Brasil e depois no Chile, ele foi ao exílio, e diferente do seu presidente, estudou, tornou-se professor, dando aulas no Chile e nos Estados Unidos. De volta ao Brasil, lutou pela redemocratização de forma legal, apoiou Tancredo Neves, a Constituição de 88, o Plano Real, a Lei de responsabilidade fiscal, ajudou a implantar os genéricos e trouxe muitos outros benefícios ao Brasil.
Direitos individuais da nova velha extrema direita
ResponderExcluir- Igualdade perante a lei só para os pobres,
rico fica fora dos tribunais
- Liberdades individuais só para os poderosos
- Responsabilidade individual aos pretos e pobres
- Democracia representativa, cada branco vale 10 pretos
- Estado de direito, de direita, digo, extrema direita
- Propriedade privada só para os endinheirados
- Meritocracia, mas com o papai comprando tudo
- Eficiência no entregar o país
- Transparência? ué, o que é isso?