Da coluna de Augusto Nunes
E não podia estarmos no melhor lugar”, diz Dilma Rousseff nos primeiros segundos do discurso que abriu oficialmente a campanha em São Paulo. “A poucos metros daqui São Paulo cumeçô. E num cumeçô em torno de um lugar qualquer, cumeçô em torno de um colégio”. Na continuação do falatório, a oradora aprendiz vai criticar o governo José Serra “porque trata mal os professores”. Pela expressão longinqua, nem notou que acabou de assassinar o sistema de ensino.
“Podia estarmos”, disse Dilma. Parece mentira, mas é isso mesmo. Ao internar no Sanatório Geral a fala da sucessora que Lula inventou, o jornalista Celso Arnaldo foi direto ao ponto: “É construção para ser embargada até por um fiscal analfabeto e entra, imediatamente, para a galeria dos piores momentos da pior candidata da história da República”. É coisa suficientemente desastrosa para que Dilma seja interditada por todos os eleitores que não perderam de vez o juízo, acrescento.
O cérebro não é dividido em compartimentos estanques. Quem é incapaz de dizer o que pensa não sabe pensar. E quem não tem a cabeça em ordem não pode governar um país. O doutorado que não houve, hoje, é uma questão irrelevante. Para quem não é idiota por destino ou opção, está claro que Dilma Rousseff, se o sistema educacional funcionasse, não teria completado o curso secundário. Não teria diplomas a pendurar na parede. Mas se apresenta como economista formada em faculdade. De que forma se operou tal milagre?
Os diretores das escolas em que Dilma estudou se recusam a exibir à imprensa os boletins da aluna, as notas que a contemplaram, a demonstração de um teorema, mesmo uma composição à vista de uma gravura. Tal comportamento não depõe a favor da aluna. Por que alguém ocultaria a prova de que participou da formação escolar da superxecutiva nascida para aperfeiçoar o Brasil reconstruído por Lula? Pois tratemos de obter por conta própria o que os cúmplices escondem.
Os leitores e comentaristas da coluna, sobretudo os integrantes do poderoso batalhão acantonado em Minas Gerais, devem transformar-se imediatamente em repórteres incumbidos da reconstituição da misteriosa trajetória da estudante. Fontes é que não faltam. Não são poucos os ex-professores, ex-colegas de turma ou companheiros de festa de formatura dispostos a contar a verdade. Que sejam todos confrontados, por exemplo, com dois atentados recentes promovidos pela mulher que ameaça virar presidente do Brasil.
Primeiro: “Os meus adversários, principalmente o adversário, eles sistematicamente erram. Fizeram coisas assim que… Por exemplo… Eu não vou dar exemplo porque não é da minha responsabilidade falar sobre ele”. O que quis dizer a declarante? Segunda: “Eu não olhei porque achei que era aquele programa não achei que iam colocar outro programa”. De novo: o que quis dizer a declarante?
Os que fazem cara de paisagem quando ouvem coisas assim, diria a própria Dilma, “não podia serem” mais idiotas. Ou mais espertamente míopes. Ou mais criminosamente cínicos.
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