Candidato a vice, Indio da Costa (DEM-RJ) relacionou PT às Farc.
Guerra disse que pedirá investigação sobre denúncias de Lina Vieira.
Thiago Guimarães
Do G1, em São Paulo
O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), endossou as declarações do deputado federal Indio da Costa (DEM-RJ), candidato a vice-presidente na chapa de José Serra, que relacionou o PT às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), narcoguerrilha de esquerda que atua no país vizinho.
"Na verdade o que se está discutindo são fatos de conhecimento público que já mereceram dezenas e dezenas de reportagens na imprensa brasileira", disse Guerra em entrevista no início da noite desta segunda-feira (19). "As relações das Farc com o narcotráfico são tão conhecidas como as relações do PT, ou de petistas, com as Farc."
Mais cedo, o PT havia anunciado o ingresso de ações na Justiça pelas declarações do vice de Serra. O partido nega manter relação com a guerrilha colombiana.
Ao lado do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) e do vice-presidente do partido Eduardo Jorge, Guerra classificou a reação do PT às declarações de Indio como "operação política". "A gente está tranquilo nessa história [declarações de Indio]. Não vamos aceitar essa provocação, ao contrário, vamos para cima deles [PT]. É uma tentativa de passar para a sociedade que estão sendo vitimizados", disse o presidente tucano.
O senador negou que o PSDB tenha orientado Indio a fazer as declarações ou mesmo o reprimido em razão das afirmações, feitas em entrevista a militantes tucanos no site "Mobiliza PSDB". "Pegaram as declarações do Indio, feitas em circuito reduzido de comunicação, e transformaram em denúncia com objetivo de inverter prioridades e fazer uma espécie de ética ao contrário."
Guerra disse que o PT busca "fazer barulho em torno de quase nada". "Rigorosamente é quase nada porque quase tudo a imprensa já falou sobre as relações complicadas do PT com as Farc. Essas relações são públicas, é um sócio incômodo que o PT tem, que lhe causa problemas o tempo todo e com o qual ele converge de forma absoluta, basta ver e interpretar os movimentos da diplomacia brasileira na América Latina."
Escalada de acusações e representação sobre caso Lina
Convocada às pressas, a entrevista de Guerra marca mais um degrau na escalada recente de acusações entre PSDB e PT.
Além de ratificar as declarações de Indio, o partido de Serra anunciou que entrará com representação na Procuradoria-Geral da República pedindo apuração sobre a existência de imagens que comprovariam suposta reunião ocorrida em 2008 entre a candidata do PT ao Planalto, Dilma Rousseff, então ministra da Casa Civil, e Lina Vieira, ex-secretária da Receita Federal.
Lina diz ter recebido pedido de Dilma para acelerar fiscalização da Receita sobre empresas da família do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), um dos principais aliados do governo Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso. Dilma nega o encontro e o pedido. Reportagem da revista "Veja" desta semana cita um técnico de informática, ex-responsável pelo sistema de câmeras do Palácio do Planalto, que diz ter imagens que comprovariam a reunião.
Questionado sobre o porquê de entrar com a declaração agora, já que as denúncias do servidor já haviam sido apuradas pela Polícia Legislativa do Senado, o senador Álvaro Dias disse que há "fatos novos". "Como ele [servidor] recuou no início do ano e se recusou a confirmar o que havia escrito [em e-mail a alguns senadores], respeitamos. Mas ele voltou à carga e apareceu trabalhando no Congresso. A partir daí retomamos o assunto porque ele voltou a afirmar que o fato ocorreu", disse.
segunda-feira, 19 de julho de 2010
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