quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Quebra de sigilo fiscal não emplacou, Erenicegate não emplacou, mas aborto e saúde debilitada estão emplacando

Acostumados com o teflon de Lula, os petistas desdenharam do efeito da posição pró aborto da candidata Dilma. Se a quebra do sigilo fiscal de tucanos e as maracutaias da Casa Civil, patrocinadas pelo braço direito de Dilma pouco influenciaram na intenção de votos na presidenciável petista, dois temas estão corroendo seu capital político: a posição pró aborto e a visível debilidade física da candidata.

Com relação ao aborto, quanto mais tocam no assunto, querendo fazer o dito pelo não dito, mais ele fervilha e tira votos. Basta ler entrevista do bispo de Guarulhos,publicada pela Folha e reproduzida abaixo.

Da mesma forma, a aparência de cansaço, o inchaço, as olheiras e o temor de contato com populares, no corpo a corpo eleitoral, de Dilma estão intrigando os eleitores, a cada dia mais.


Entrevista com o bispo de Guarulhos

Da Folha de São Paulo:

O bispo de Guarulhos, dom Luiz Gonzaga Bergonzini, disse que não vai recuar em seu posicionamento contra a candidata Dilma Rousseff (PT) e que o partido está sendo "oportunista" ao estudar voltar atrás na defesa da descriminalização do aborto. O religioso foi o primeiro nesta eleição a se manifestar publicamente contra a presidenciável do PT -em julho, escreveu um artigo recomendando que os católicos não votassem em Dilma. Durante a campanha, outros líderes católicos e evangélicos pregaram votos contra ela. Para Bergonzini, 74, a mobilização foi decisiva na votação e deve ter grande influência no segundo turno.



Folha - O PT anunciou que estuda retirar do programa partidário a defesa da descriminalização do aborto. Isso pode alterar seu posicionamento em relação a Dilma?

D. Luiz Gonzaga Bergonzini - Da minha parte, não muda absolutamente nada. Ela tem declarações claríssimas a respeito do aborto. Ou ela não falava com sinceridade naquela época, ou não está falando agora. Outra coisa: o partido, não é de hoje que eles têm essa questão fechada. Em dois congressos que o PT fez, eles aprovaram o aborto como plano de governo. Como é que se explica agora que ela venha falar isso? O fato de mudar agora é de interesse meramente político. Ela está levando a questão conforme as circunstâncias. Ela vai para o lado que o vento sopra. A minha posição é a mesma.

O senhor não acha que a iniciativa do PT em mudar o programa do partido indica um amadurecimento?

Não é amadurecimento, é oportunismo. Mero oportunismo. Por que eles não fizeram isso antes?

Na sua opinião, a questão do aborto e dos valores cristãos influenciou a votação de Dilma no primeiro turno?
Influenciou, sim. Porque eu bati firme nesse sentido, antes do primeiro turno, bem antes. O artigo que eu escrevi atingiu até a imprensa internacional. A partir daí, começou. A Dilma falando que não tinha nada a ver, que era posição do bispo... Não é minha posição, é a posição do Evangelho. Não tenho dúvida nenhuma de que os votos dos cristãos foram decisivos. Se isso vai se repetir, não sei, mas influência vai ter. Se isso vai se repetir, não sei, mas influência vai ter.do

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