Cometário postado por Nicholas, no Blog do Jefferson
Quem acompanhava os pronunciamentos desse senador TV Senado, sentia nele um defensor legítimo das pessoas de bem, das pessoas virtuosas. Era implacável em seus ataques contra a corrupção, o aparelhamento do Estado e os atentados ao Estado de Direito. Por outro lado, todos que acompanham a política constataram a demora do seu irmão Osmar Dias, Senador pelo PDT, em se decidir se iria disputar novamente uma cadeira ao Senado ou se iria sair candidato a Governador pelo Paraná. O PSDB já havia anunciado que Álvaro Dias seria o Vice de José Serra. Pela primeira vez na história, o Paraná poderia ter um Vice-Presidente, pois a ?briga? com Álvaro sendo vice de Serra, seria bem mais acirrada. Nesse caso, seguindo a linha da coerência, Osmar Dias deveria abdicar em concorrer ao governo estadual, e partir para a reeleição ao Senado.
Mas postergou sua decisão até um último momento. Porquê? Para valorizar o passe, como se diz na gíria do futebol. De repente você vê o Osmar junto com o Lula, junto com o MST, e abraçado com o Requião. O que houve? Qual foi seu preço? Cada homem teu seu preço. O do Osmar foi 45 milhões mais a fazenda no Tocantins. Segredo entre dois, só matando um, já dizia o ditado popular. E o segredo vazou e todo mundo sabe qual foi o preço do Osmar para ser palanque de Dilma e Lula no Paraná.
Num belo dia pousa um avião de médio porte no Aeroporto dos Amarais, em Campinas. Nele haviam caixas de whisky Johnnie Walker. Havia um veículo esperando, Fizeram o baldeio das caixas de whisky para o veículo. Dentro das caixas de Johnnie Walker havia nada menos que 45 milhões, fruto do superfaturamento da compra de remédios em Cuba que foram entregues aos assessores" do Senador Osmar Dias que estavam no aeroporto. A outra ponta do acordo diz respeito a legalização da fazenda de Osmar Dias no estado de Tocantins. Fechou o pacote. Era esse o tal "apoio" que Osmar dizia que precisava ter do Lula para sair candidato ao governo? Será esse o motivo que ele chorou quando Lula olhou em seus olhos em um comício?
O suicídio político dos irmãos Dias. Não sejamos ingênuos. Álvaro também sabe o que aconteceu. Além do Osmar tirar-lhe a oportunidade de ser o vice do Serra, há essa negociação por trás. Isso é justo o que Álvaro combatia no Senado. Tudo bem que Álvaro relevasse a opção de Osmar sair governador em detrimento da oportunidade dele sair vice de Serra. Até aí, daria para entender. Mas Álvaro não pode compactuar com a negociata feita. Isso é contra tudo aquilo que ele defende, ou defendia. Ao declarar seu voto ao irmão, e se justificar dizendo que o seu partido vai entender essa posição, Álvaro cometeu suicídio político.
O partido pode até entender. Mas nós, jamais! Álvaro mostrou que: ou abriu mão de seus princípios pelos quais "parecia" lutar no Senado, ou fazia de conta que tinha princípios quando "encenava" no Senado. Quem tem princípios, faz a escolha como Castelo Branco fez. Não tem dúvidas. É firme e coerente com a sua conduta. Não importa se é irmão, filho ou neto. Álvaro fez a sua escolha. Ao declarar o voto a Osmar, declara concordar com a conduta do irmão, e assim desmorona tudo o que ele próprio vinha fazendo até hoje.
Álvaro deixou entender que ética e honestidade são qualidades que se devem exigir só dos outros. Quando se trata de família, o "sangue" fala mais alto. Se tivesse pelo menos ficado quieto, dando a tradicional desculpa que o voto é secreto, Álvaro teria o benefício da dúvida. Ele fez a sua escolha. Na minha opinião, a escolha errada, assim como a do Osmar. É o começo do fim da "era Dias" no Paraná.
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